O recurso natural mais precioso para a vida e indispensável para o desenvolvimento dos paises está sob risco.
O uso indiscriminado dos recursos hídricos, seja superficial ou subterrâneo, tem acarretado significativos impactos ambientais, sociais e econômicos às nações de todo o mundo. Estes impactos diferem de país para país, dependendo do grau de desenvolvimento de cada um. Naqueles onde os serviços de saneamento básico ainda são insuficientes o grande problema está na poluição e contaminação da água e conseqüentemente na degradação ambiental e na saúde de sua população. Atualmente cerca de 2 bilhões de pessoas não possuem serviços adequados de saneamento básico.
Nos países onde a grade demanda de água é para a irrigação, a poluição do solo e aqüíferos é causa de grande preocupação, especialmente se considerarmos que um terço da produção mundial de alimentos ocorre em lavouras irrigadas.
Já para os países industrializados, o problema recai sobre a presença de compostos nocivos aos ecossistemas e à saúde pública. Anualmente mais de 300 milhões de toneladas de metais pesados e outros dejetos se acumulam nos mananciais de abastecimento em decorrência de processos industriais. Neste aspecto, vale destacar que a indústria responde, em termos globais, pelo consumo de 20% de toda água doce do Planeta.
O consumo de água pela indústria ocorre de maneira distinta, dependendo do setor produtivo em que ela se enquadra. Mesmo entre empresas do mesmo setor o consumo de água proporcional à produção varia consideravelmente. Organizações mais conscientes do problema que o alto consumo de água implica em seus processos já estabelecem medidas de controle, especialmente indicadores ambientais, pois tão importante como o meio ambiente está a saúde financeira da organização, e o desperdício de água pode significar muito.
Com a implantação de sistemas de gestão ambiental, notadamente a ISO 14001, a percepção de que o uso indiscriminado de água nos processos industrias traz significativos impactos ambientais tem se tornado mais comum. Infelizmente ainda há a percepção equivocada de que este recurso é abundante, se renova por si só e por isso podemos usa-la indiscriminadamente.
Não é difícil encontrar empresas que argumentam que não monitoram o consumo de água de seus processos porque a água é captada de poços artesianos, portanto “sem custo”.
Estas mesmas organizações freqüentemente enfrentam problemas com a qualidade de seu efluente ou reclamam que precisam amplia-los os melhora-los. Entretanto esquecem que a matéria prima de suas estações de tratamento é exatamente a água que é gasta sem controle nos processos de produção e manutenção.
A falta de indicadores ambientais na gestão organizacional contribui para que este consumo exagerado não seja percebido. O pior é que na maioria dos casos as ações necessárias para a redução do consumo de água, e conseqüentemente, a redução do efluente gerado depende de medidas simples, que requer pouco ou nenhum investimento.
Ações como adoção de procedimentos mais criteriosos em atividades que consomem água, relacionados com a questão ambiental, e a atualização de antigos procedimentos (“mas nós sempre fizemos assim!”), atrelados a treinamento e controle são medidas que permitem excelentes resultados. Mesmo para aquelas que demandam investimento, tem-se observado que muitas vezes o retorno se dá em menos de um ano, o que se constitui como um investimento muito atraente.
Além disto, estas organizações desconsideram o impacto ambiental causado pela captação de água subterrânea no próprio aqüífero e no meio ambiente de modo geral, pois a recarga do aqüífero não ocorre na mesma velocidade com que se retira água do solo e além disto a qualidade da água que volta ao meio é bem inferior àquela retirada.
Estas medidas têm sido utilizadas em inúmeros países, notadamente no continente europeu, dentro do conceito de produção mais limpa. Em Delft na Holanda, o Institute for Water Education mantido pela Unesco tem estimulado a aplicação deste conceito, especialmente naqueles países onde a oferta de água é restrita. Inúmeros exemplos têm sido obtidos de redução de água com o conceito de produção mais limpa, com processos industriais reduzindo em duas, três vezes seu consumo de água com pouco ou mesmo nenhum investimento.
Ao aplicar conceitos como este, as organizações dão um passo seguro em direção a sustentabilidade de seus negócios. Pois além de reduzirem custos operacionais, reduzem impactos ambientais contribuindo para a conservação ambiental, estimulam seus colaboradores a adotar atitudes semelhantes também fora do ambiente de trabalho, e transmitem a seus consumidores a imagem de empresas comprometidas com a sociedade.
Esta abordagem torna-se cada vez mais necessária no contexto em que as empresas se encontram atualmente. Considerando que a sociedade de modo geral, e os clientes de forma específica, tem cobrado de forma mais contundente das organizações responsabilidade em relação ao uso e preservação dos recursos naturais, e valorizando aquelas que se mostram comprometidas com o meio ambiente. Afinal, o Planeta é de todos e precisaremos dele por muito tempo.
Péricles Weber
Pesquisador da Sanepar
O uso indiscriminado dos recursos hídricos, seja superficial ou subterrâneo, tem acarretado significativos impactos ambientais, sociais e econômicos às nações de todo o mundo. Estes impactos diferem de país para país, dependendo do grau de desenvolvimento de cada um. Naqueles onde os serviços de saneamento básico ainda são insuficientes o grande problema está na poluição e contaminação da água e conseqüentemente na degradação ambiental e na saúde de sua população. Atualmente cerca de 2 bilhões de pessoas não possuem serviços adequados de saneamento básico.
Nos países onde a grade demanda de água é para a irrigação, a poluição do solo e aqüíferos é causa de grande preocupação, especialmente se considerarmos que um terço da produção mundial de alimentos ocorre em lavouras irrigadas.
Já para os países industrializados, o problema recai sobre a presença de compostos nocivos aos ecossistemas e à saúde pública. Anualmente mais de 300 milhões de toneladas de metais pesados e outros dejetos se acumulam nos mananciais de abastecimento em decorrência de processos industriais. Neste aspecto, vale destacar que a indústria responde, em termos globais, pelo consumo de 20% de toda água doce do Planeta.
O consumo de água pela indústria ocorre de maneira distinta, dependendo do setor produtivo em que ela se enquadra. Mesmo entre empresas do mesmo setor o consumo de água proporcional à produção varia consideravelmente. Organizações mais conscientes do problema que o alto consumo de água implica em seus processos já estabelecem medidas de controle, especialmente indicadores ambientais, pois tão importante como o meio ambiente está a saúde financeira da organização, e o desperdício de água pode significar muito.
Com a implantação de sistemas de gestão ambiental, notadamente a ISO 14001, a percepção de que o uso indiscriminado de água nos processos industrias traz significativos impactos ambientais tem se tornado mais comum. Infelizmente ainda há a percepção equivocada de que este recurso é abundante, se renova por si só e por isso podemos usa-la indiscriminadamente.
Não é difícil encontrar empresas que argumentam que não monitoram o consumo de água de seus processos porque a água é captada de poços artesianos, portanto “sem custo”.
Estas mesmas organizações freqüentemente enfrentam problemas com a qualidade de seu efluente ou reclamam que precisam amplia-los os melhora-los. Entretanto esquecem que a matéria prima de suas estações de tratamento é exatamente a água que é gasta sem controle nos processos de produção e manutenção.
A falta de indicadores ambientais na gestão organizacional contribui para que este consumo exagerado não seja percebido. O pior é que na maioria dos casos as ações necessárias para a redução do consumo de água, e conseqüentemente, a redução do efluente gerado depende de medidas simples, que requer pouco ou nenhum investimento.
Ações como adoção de procedimentos mais criteriosos em atividades que consomem água, relacionados com a questão ambiental, e a atualização de antigos procedimentos (“mas nós sempre fizemos assim!”), atrelados a treinamento e controle são medidas que permitem excelentes resultados. Mesmo para aquelas que demandam investimento, tem-se observado que muitas vezes o retorno se dá em menos de um ano, o que se constitui como um investimento muito atraente.
Além disto, estas organizações desconsideram o impacto ambiental causado pela captação de água subterrânea no próprio aqüífero e no meio ambiente de modo geral, pois a recarga do aqüífero não ocorre na mesma velocidade com que se retira água do solo e além disto a qualidade da água que volta ao meio é bem inferior àquela retirada.
Estas medidas têm sido utilizadas em inúmeros países, notadamente no continente europeu, dentro do conceito de produção mais limpa. Em Delft na Holanda, o Institute for Water Education mantido pela Unesco tem estimulado a aplicação deste conceito, especialmente naqueles países onde a oferta de água é restrita. Inúmeros exemplos têm sido obtidos de redução de água com o conceito de produção mais limpa, com processos industriais reduzindo em duas, três vezes seu consumo de água com pouco ou mesmo nenhum investimento.
Ao aplicar conceitos como este, as organizações dão um passo seguro em direção a sustentabilidade de seus negócios. Pois além de reduzirem custos operacionais, reduzem impactos ambientais contribuindo para a conservação ambiental, estimulam seus colaboradores a adotar atitudes semelhantes também fora do ambiente de trabalho, e transmitem a seus consumidores a imagem de empresas comprometidas com a sociedade.
Esta abordagem torna-se cada vez mais necessária no contexto em que as empresas se encontram atualmente. Considerando que a sociedade de modo geral, e os clientes de forma específica, tem cobrado de forma mais contundente das organizações responsabilidade em relação ao uso e preservação dos recursos naturais, e valorizando aquelas que se mostram comprometidas com o meio ambiente. Afinal, o Planeta é de todos e precisaremos dele por muito tempo.
Péricles Weber
Pesquisador da Sanepar
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