segunda-feira, 10 de agosto de 2009

ONU e Governo Brasileiro apóiam criação da Certificação LIFE para setor empresarial.

A relação economia e meio ambiente, marcada por posições nem sempre harmoniosas, agora ensaia uma aproximação, que representa uma grande esperança para reverter os atuais índices de perda de biodiversidade.É justamente com base nisso que surge o Instituto LIFE – sigla em inglês de Lasting Initiative For Earth (Iniciativa Duradoura pela Terra) – que gerencia a Certificação LIFE, ‘certificação em prol da biodiversidade’, criada para reconhecer, medir e qualificar ações das empresas que desenvolvam atividades destinadas à conservação da biodiversidade. A iniciativa tem a chancela da Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica (órgão da ONU e instância máxima que discute as medidas sobre biodiversidade no mundo) e conta com o aval do Governo Brasileiro por meio do Ministério do Meio Ambiente. “As empresas que assumirem esse compromisso estarão na vanguarda de uma tendência que está chegando e não tem mais volta: a construção de um novo padrão de gestão ambiental que reconhece os enormes prejuízos econômicos decorrentes da degradação da natureza e da perda da biodiversidade. Está cada vez mais evidente que a gestão ambiental de uma empresa não pode mais se limitar, dentro do atual modelo de desenvolvimento e consumo da sociedade, nem se limitar ao cumprimento da legislação vigente e à identificação dos impactos ao meio ambiente provenientes do seu processo produtivo”, afirma o presidente do Conselho Diretor do Instituto LIFE, Clóvis Borges. Este novo padrão de gestão – complementa Borges – implica na adoção de numa visão muito mais ampla e inclui a conservação da biodiversidade na agenda destas empresas, independentemente de serem ou não responsáveis pelos impactos causados. Nos últimos anos, biodiversidade passou a ser um dos termos científicos mais conhecidos e divulgados em todo o mundo. O Brasil possui a maior diversidade biológica do planeta, contando com pelo menos 20% do número total de espécies. Por outro lado, é também dono de uma realidade nada positiva, ao apresentar um quadro constante de degradação de áreas naturais – por exemplo, só nas Regiões Sul e Sudeste não há mais do que e 3% de áreas naturais bem conservadas remanescentes. “Uma estratégia de desenvolvimento que permita melhor conciliação da conservação da biodiversidade ao crescimento econômico precisa reconhecer que pressões excessivas ao patrimônio natural muitas vezes implicam na perda de biodiversidade e, por consequência, no comprometimento dos estoques de recursos naturais e seus serviços ambientais, absolutamente fundamentais para a nossa vida e para a manutenção da vida e de quaisquer empreendimentos. A busca é por um balanço equilibrado entre a conservação da biodiversidade e a manutenção de atividades econômicas. E a iniciativa privada tem um papel fundamental para atingirmos este objetivo. Mas, por outro lado, há situações em que alguns desses serviços vêm sendo exigidos em excesso, o que pode comprometer a manutenção dos negócios (e de seus processos produtivos) e a conservação da natureza”, explica o ministro do meio ambiente, Carlos Minc, lembrando que conforme estudo da Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica (CDB), a perda da biodiversidade representa uma diminuição de 6% a 7% do produto bruto mundial ao ano, até 2050.

Ouça na integra a entrevista com o presidente do conselho do Instituto LIFE Clovis Borges.

Postado por Caroline Cury

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